NO PAÍS DO DEIXA ANDAR

Rogério Chambel escreve no CM - É nas pequenas coisas que se vê que somos um País do deixa andar. São tantos os exemplos que, por vezes, se fica com a ideia de que, por cá, apenas interessam os grandes desafios e as grandes obras. Vê-se o que está a acontecer com os debates em torno do TGV, novo aeroporto e novas auto-estradas. Uns, defendem com unhas e dentes a necessidade destes investimentos, outros, dizem que é melhor esperar. Não nos compete servir de árbrito nesta disputa, nem é esse o nosso papel. Mas enquanto nos entretemos com as grandes obras esquecemos as pequenas coisas que afectam o dia-a-dia do cidadão. Mais depressa se esgrimem argumentos a favor e contra de novas auto-estradas do que se arranja algo tão simples como a sinalização no nó de Penacova, onde os condutores são induzidos em erro quando se deparam com uma placa indicando duas vias para circular quando apenas existe uma. Mais depressa se discute a necessidade de uma nova travessia no Tejo e se esgrimem argumentos sobre os prós e contras da componente rodoviária do que se arranja uma pequena ponte na freguesia de Lomar, em Braga, demasiado estreita para o actual volume de tráfego. E assim vamos andando, discutindo com ardor o que não está feito em vez de arranjar o que existe e está mal-feito. É o deixa andar