O Cineclube do Porto, nasceu em 1945 pela mão de Hipólito Duarte, estudante do quinto ano do Liceu Alexandre Herculano.Ele encabeçou um movimento , junto com um pequeno grupo de jovens colegas, para dar sessões cinematográficas no liceu, aproveitando a existência de uma sala própria, com projector e projeccionista exibindo para alunos e professores alguns filmes em reprise pelo preço das custas.
Não excedendo os 30 jovens este núcleo de estudantes fez uma espécie de clube de cinéfilos - "A Republica dos Pardais" - Quotizavam-se para irem, em grupo, ver filmes de agrado geral.
Hipólito foi passar umas férias a Barcelona. Aí contactou um cine-clube autêntico. Quando regressou trazia a ideia de formar um cine-clube legal e real e assim nasceu o Clube Português de Cinematografia (CPC), mais concretamente no dia 13 do mês Abril do ano de 1945.
Inscreveram-se na Federação das Colectividades, prepararam os estatutos e angariaram mais sócios. Entre os aderentes estavam amadores experientes como António Lopes Fernandes, Manuel Ferraz, Jorge Tavares entre outros e um profissional, o operador Fernando Neves.
A primeira sessão do cineclube decorreu no salão do "Grupo dos Modestos", em sessão privada para os sócios de ambas as colectividades.
Com o tempo o clube evoluiu muito e em 1948 acrescentou ao nome de CPC o de Cine-Clube do Porto, tornando-se nas décadas de 60-70, o maior Cine-clube da Península Ibérica, com milhares de associados.
No dia 13 de Novembro p.p. o Semanário Grande Porto deu-nos a conhecer que o "CINECLUBE DO PORTO ESTÁ FECHADO E NINGUÉM SABE DO ESPÓLIO".
Presume-se que o espólio constituído por filmes antigos, livros, cartazes e correspondência com realizadores nacionais e estrangeiros ainda more no interior da porta do 1º andar do número 5 da Rua do Rosário.
O edifício está em declínio, portas fechadas, telefone cortado, paredes húmidas e degradadas.Preocupados com este estado de abandono, antigos sócios criam movimento e encetaram inúmeras tentativas para chegar à fala com a direcção, enviando cartas, mandando recados por familiares ou tentativas telefónicas.
Todas as tentativas foram infrutíferas. Manuel Poças Pintão, foi sócio de 1957 até 1976. O amor pelo cinema e pela casa que já foi sua fê-lo vir a público denunciar a situação moribunda do cineclube.
A principal preocupação destes antigos sócios é o espólio "valiosíssimo" do cineclube:"Esperamos sinceramente que esteja tudo na sede, mas a verdade é que não sabemos onde se encontra"."Entre Novembro de 2008 e Fevereiro deste ano, parte do espólio do cineclube esteve em exposição no Arquivo Histórico Municipal do Porto,mas, quando a mostra terminou,'o cineclube foi lá buscá-lo'."
Poças Pintão salienta que o cineclube" é da cidade". "Queremos exibir bom cinema e ocupar um espaço vazio no Porto. Não existe na cidade nenhum espaço que passe filmes antigos de qualidade. O cineclube ainda tem muito a fazer".
Quem quiser pode acompanhar a acção do movimento em www.movimentocineclubedoporto.blogspot.com, e entrar em contacto através do endereço electrónico movimento.cineclubedoporto@gmail.com.
Fonte:Semanário Grande Porto
Penso que as pessoas do Porto, amantes de Cinema devem exigir saber onde se encontra
ResponderEliminaro espólio. É importante este seu texto,
e é importante que as pessoas inclusivé
na Comunicação Social façam sentir essa
sua preocupação.Um abraço
Olá Nuno,
ResponderEliminarÉ de facto inadmissível a situação em que o CCP, se encontra, fui sócia durante uns anos, na altura projectavam na sede e no cinema Batalha. Depois deixei de ser sócia, devido a ocupações familiares. Às vezes ainda encontro a secretária do tempo em que eu lá ia, vou lhe perguntar sobre o espólio.
De facto faz falta à cidade, para se poder ver filmes de autor, quando ainda para cúmulo um polo no Norte da Cinemateca, nunca conseguiu realizar-se.
Um abraço,
Marisa